29 de junho de 2014

Depois da Tempestade, Vem a Bonança - 2º Passeio de Motorizadas - São Silvestre

22 de Junho de 2014, foi de facto, um dia marcado pela presença da chuva forte e constante que se fez sentir em vários pontos do país, incluindo em São Silvestre, localidade cuja pertence a Porto de Mós (Leiria). Quando há coragem tudo é possível, até mesmo andar de mota com aquelas condições atmosféricas, parecíamos malucos, perdidos no meio da serra, à chuva e bem devagarinho eheh

Ora bem... 6 horas da madrugada era a hora marcada para acordar, com os normais atrasos e tal, lá me pus a caminho dessa tal terra desconhecida para muitos, conhecida como "São Silvestre". O principal motivo da minha participação neste passeio, deve-se à presença de uns quantos amigos que também participaram no meu evento ao Cabo da Roca.
Na auto-estrada, assim que passei a zona de Santarém, olhando para Norte,  ao longe via as Serras D'Aire e Candeeiros e no cimo destas o grande aglomerado de nuvens.


Lembrei-me logo do anterior passeio, o de Serro Ventoso, cujo estava previsto para um Sábado e acabei por viver uma aventura; mas desta vez calhou a um domingo, logo portanto ou era adiado para a tarde do mesmo, ou para outro dia.
Arrisquei e continuei a A1 até Aveiras de Cima, para de seguida entrar na EN1 até Porto de Mós.

À chegada da vila, fui logo abastecer, fiquei com receio que não me deixassem pois na mesma estrada da bomba de combustível encontrava-se uma corrida de carros antigos, todos artilhados ao máximo. Mas lá consegui ir e até tirei esta foto:



Lá arranquei... O frio fazia-se sentir pela Serra acima mas nada fora do normal, pois o céu nublado cobria Porto de Mós e tudo à volta. Cheguei a São Silvestre e ainda convenci o meu pai a ir à pendura, pois ele inicialmente seria para ir na carrinha a acompanhar atrás, mas acabou por ir atrás do meu amigo da Sym Wolf. Inscrevi-me e lá recebi as lembranças de participação, bastava aguardar pois a partida estava para breve.
O pavilhão era enorme, tinha um excelente espaço de Check In, com bar, um palco para entrega dos prémios e um enorme espaço para almoço. Nesse mesmo pavilhão foi onde a malta toda aguardou que a chuva parasse, pois a mesma apareceu de repente mesmo quando estávamos para partir. Ainda deu tempo para me encontrar com os amigos de Serro Ventoso, cujos tinham participado no meu passeio ao Cabo da Roca.

Costuma-se dizer que "elas" também bebem

Lembrança de participação

Amigo Guilherme, o da Sym Wolf, a admirar o evento

Enorme espaço para almoço
Amigos de Serro Ventoso, a quem a chuva não mete medo



Acabou por haver tréguas da chuva, lá foi tudo a correr para as motas. Arrancámos e a seguir a Serro Ventoso deu-se inicio à subida das serras e quando mais se subia mais as nuvens se aproximavam e eu pensava cá para mim "vai cair uma carga daquelas" eheh O caminho, ao inicio, era-me familiar, passámos por locais que não me eram estranhos, vinham-me à cabeça do passeio dos vizinhos de Serro Ventoso.
Tanto pensei, tanto pensei, que acabou por acontecer... inicialmente eram apenas umas pingas, nada de anormal, durou até à pausa a meio do caminho, onde mesmo com frio e molhados, ninguem fugiu à bifana e à mini para confortar o estômago eheh

Convívio


Com a roupa seca, o estômago mais confortável e as motas já arrefecidas lá fomos nós e mesmo sabendo que a probabilidade de chover era grande os corajosos seguiram.
Eis que o pior aconteceu, quase quase quase à chegada do final, ainda por cima, à descida da Serra, caiu uma chuvada daquelas que metia medo conduzir, foi uma adrenalina enorme: juntou-se a raiva de estarmos molhados, o ter de ir devagar pois estávamos a descer a serra, o querer olhar para a frente e a própria chuva não deixar de tão intensa que era, o ter que, obrigatoriamente, travar com o motor, porque senão desfilávamos pela Serra abaixo, o olhar para o lado e não se ver nada devido à neblina, a roupa que se molhava quando mais andávamos, o corpo à arrefecer e o receio de grande gripe, enfim... Só queria encontrar nem que fosse uma árvore, uma casa abandonada na serra, só queria ter o corpo quente... Fez-me lembrar aqueles concursos de vida selvagem que quanto mais tempo lá ficam, maiores e mais difíceis são as provas. Aqui foi idêntico, a chuva inicialmente era pouca, molhava apenas o casaco, mas ao fim, meteu medo ao susto. Um coisa foi certa, assim que acabou a descida da serra vi uma casa, com o portão aberto e nem pensei em consequências, entrei pela garagem de alguém e protegi-me da chuva. A malta viu-me e quando dei por ela, éramos uns 15 malucos, todos encharcados em casa de alguém, que aparentemente e felizmente estava vazia. À frente estava um edifício, o qual não me recordo se era café ou alguma associação onde outro tanto numero de pessoas se abrigou. Mas foi o pior que fizemos, a chuva não parava e nós estavamos todos encharcados, a roupa colava-se ao corpo e o mesmo começava arrefecer. Tirei as meias, espremi-as bem e parecia que tinham saído d'um balde, completamente molhadas. O que ainda me protegeu o telemóvel, a carteira e outras coisas foi de facto, o meu colete em couro que não deixou passar nada. Bendita a hora em que o comprei eheh
Tivemos de arrancar, novamente à chuva, sebem que um pouco mais calma; não podiamos ficar parados com a roupa a secar ao corpo, e principalmente, roupa fria.
Tal não era a minha raiva quando uns 2 km à frente, estava o enorme edifício, o fim do passeio, com malta quente, com o cheiro a almoço e eu só pensava: "já podia ter trocado de roupa e agora estava quentinho e prestes a almoçar e bla bla bla" mas enfim... não sabia que era assim tão perto, senão nunca me teria abrigado em casa de alguém. Mal sabia que o fim daquela tempestade estava tão perto...


Era o momento de trocar de roupa, de ir pôr à carrinha tudo o que estava molhado, de aquecer o corpo e encher o estômago. Havia roupa suplente, já vínhamos com a lição estudada do passeio de Serro Ventoso eheh
Passado uns minutos fomos logo comer, à grande e à francesa, deixem-se levar pelas fotografias:

Doces e Sobremesas

Várias refeições






A seguir ao almoço foi a entrega dos prémios, um momento que eu aguardei bastante pois tinha um pressentimento de que um dos prémios seria meu. Havia prémios para: o maior grupo, para o participante mais novo, participante mais velho, para a mota vinda de mais longe, para melhor mota recuperada e para a mota mais antiga. Num passeio que presenciou 125 motorizadas, não deve ter sido fácil escolher a melhor recuperação, e esse, eu sabia que não era o meu prémio.Havia modelos de motorizadas lindíssimas, recuperadas muito bem e dignas de receber esse prémio, não que a minha Alfacinha não esteja nesses enquadramentos, mas ao lado de uma Perfecta, por exemplo, fica com uma concorrente à altura eheh

Para começar em grande, o 1º Prémio a ser dado foi para o participante que trouxe a mota vinda de mais longe e eis quando oiço: "Reinaldo Queiroz de Lisboa" :) Levantei-me logo, parecia uma XF-17 quando largas a embraiagem de repente, subi ao palco e recebi à frente de dezenas de pessoas o meu 1º prémio, para mim não foi nem é apenas um prémio, ou uma lembrança, é o prémio de mota vinda de mais longe.


Espero que este prémio seja fonte de inspiração para ir mais longe ainda, não só na mota, como na vida pessoal, que consiga ir e voltar a Santiago de Compostela de XF-17, como manda a minha promessa, que consiga dar a volta ao mundo se for preciso, e que o "ir mais longe" seja um lema para a minha vida.




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A procissão ainda ia no Adro... faltavam dar o resto dos prémios e ainda sortear umas rifas...

MOTA MELHOR RESTAURADA

Foi o amigo Alexandre Venda, de Serro Ventoso, que recebeu o prémio da mota melhor restaurada





 MOTA MAIS ANTIGA

O Sr. António Ferrão, participante de Abrantes, recebeu o prémio de Mota mais Antiga, graças à sua Perfecta de 1962







E pronto, o evento estava quase a terminar, foram sorteadas umas rifas, onde já não tive sorte nenhuma, queria levar um cabaz para a casa mas enfim... hehe










E ainda houve tempo para divulgar o meu próximo passeio :P






VÍDEO DO PASSEIO




Foi um evento diferente, não só pela aventura em si, como as histórias que há para contar, como as amizades que criei... Recebi um prémio, espero que seja o primeiro de muitos, e que sejam tantos que um dia os consiga ter exposto no meu futuro moto clube, daqui a uns anos, e para mostrar aos meus filhos e dizer-lhes: "isto são tudo etapas que o pai viveu e conquistou, agora é a vossa altura".
Isto de aventuras na Serra D'Aire e Candeeiros vive-se sempre, já em Serro Ventoso, foi o que foi, ia passear de mota e acabei por passar um Fim-de-Semana diferente e espectacular, agora fui a São Silvestre tomar um grande banho e trazer um prémio, enfim... Viva as Motorizadas!

OBRIGADO SÃO SILVESTRE
ABRAÇO ESPECIAL A SERRO VENTOSO
BOAS CURVAS A TODOS





Para terminar em grande, deliciem-se com estas motas todas:






































































Cumprimentos d'um Alfacinha

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